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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Apenas 27% da população brasileira pode ser considerada plenamente alfabetizada

Sabe quando aparecem casos como o da enfermeira que injetou glicerina e matou o paciente que precisava de soro? Pois é, veja se isso não pode ser uma explicação para esses casos (e nós da Geografia ainda reclamamos quando, na quinta série, o estudante não consegue achar o Brasil no mapa mundi):


Brasil não melhora alfabetização 

Apesar da melhora de indicadores educacionais brasileiros na última década, o índice de analfabetismo funcional se manteve praticamente estável. Em 2001, apenas 26% da população era considerada plenamente alfabetizada e em 2009 o porcentual ficou em 27%. Os dados mostram que a universalização do ensino básico conseguiu reduzir o índice de analfabetismo – ainda que em um ritmo lento –, mas não evitou que uma parcela de 70% da população apresentasse dificuldade para ler.
Coordenador executivo da ONG Ação Educativa, Roberto Catelli explica que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensura somente se o indivíduo sabe ler e escrever, enquanto o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) avalia os níveis de alfabetismo. “O foco não é a educação formal, mas o quanto o indivíduo sabe e como coloca o conhecimento em prática”, diz. 
O Inaf mostra que o nível de letramento está ligado ao rendimento. Só ganha mais de 5 salários mínimos quem tem nível básico ou pleno de alfabetização. No recorte de faixa etária, os jovens brasileiros têm quase o mesmo desempenho da população em geral, com só 35% na categoria pleno.
Catelli argumenta que tanto o analfabetismo funcional quanto o geral são altos no país porque o cidadão tem dificuldade de entrar na escola e também de continuar os estudos. “A continuidade ainda é um problema.” 
Além disso, há o problema da baixa qualidade da educação no país, que faz com que jovens concluam o ensino médio, mas continuem analfabetos funcionais. A alternativa para isso é investir na educação não formal, como rodas de leitura, por exemplo.
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais e consultora do Inaf, Maria da Conceição Fonseca diz que mudanças significativas exigem tempo. “Muitas pessoas já têm projeto de vida sem alfabetização. A participação na cultura letrada não se apresenta como algo deles. É preciso democratizar a relação com a leitura e escrita.” Ela explica que muitas famílias estão tendo a primeira geração na educação formal e isso exige um novo entendimento do papel da escola. “Esses pais podem contribuir com outras questões, mas não a cultura letrada.”
Conselheiro do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos lembra que a falta de letramento tem impactos em todas as áreas da vida, desde a financeira até a saúde. “A alfabetização adequada é o primeiro passo para a cidadania.” Ramos afirma que o mau desempenho brasileiro no alfabetismo da população só se compara a países africanos, algumas regiões rurais da China e a países árabes onde as mulheres são impedidas de estudar.

Alternativa

A receita para melhorar a educação brasileira é conhecida e tem bons exemplos mundo afora. Não se consegue qualidade sem ampliar recursos. “É preciso um grande esforço de gestores municipais, famílias, comunidades e igrejas”, diz Mozart neves Ramos. 
Roberto Catelli diz que é preciso olhar não só para as crianças que estão na escola. “Elas estarão no mercado de trabalho só daqui a 20 anos e estamos falando de desenvolvimento já. O direito à educação vale para crianças e adultos.”

Só 6% dos alunos que terminam a 4.ª série são alfabetizados

O problema do analfabetismo funcional começa na falta de qualidade da educação básica. Entre os analfabetos funcionais há aqueles que nunca foram à escola, mas há também os que já frequentaram a sala de aula e não tiveram aprendizado adequado. Entre quem concluiu o ensino fundamental, apenas 16% podem ser considerados plenamente alfabetizados. Para quem frequentou somente até a 4% série, o valor fica em 6%. 
A baixa qualidade da educação brasileira pode ser comprovada quando se analisa o desempenho dos estudantes. Dados do Ministério da Educação (MEC) mostram que entre os alunos da 4.ª série somente 34% têm o aprendizado adequado em Português. No ensino médio o valor fica em 29%. Em países desenvolvidos, o porcentual dos estudantes que têm um aprendizado adequado na língua natal chega perto de 70%.

E você leitor, conseguiu ler e compreender esse texto tranquilamente? Brincadeirinha... hehe

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