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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Formação de professores cai 50%

Da Gazeta do Povo: veja aqui a notícia original

Em quatro anos, o total de alunos que concluiu cursos de formação de docentes caiu de 103 mil para 52 mil. Número de profissionais sem diploma cresceu.

São Paulo - O número de formandos nos cursos que preparam docentes para os primeiros anos da educação básica – como Pedagogia e Normal Superior – caiu pela metade em quatro anos, segundo dados do Censo do Ensino Superior, realizado anualmente pelo Ministério da Educação (MEC). De 2005 a 2009, o número de alunos que concluiu essas graduações caiu de 103 mil para 52 mil, o que comprova o desinteresse dos jovens pela carreira.

Houve queda também nos graduandos em cursos de licenciaturas, que preparam professores para atuar no ensino médio e nos últimos anos do fundamental – em 2005 foram 77 mil, contra 64 mil em 2009. No mesmo período, o total de estudantes que concluíram o ensino superior no país cresceu de 717 mil para 826 mil.

Ao mesmo tempo em que o Brasil forma menos professores, o número dos que estão em sala de aula sem diploma vem crescendo: são 636 mil nos ensinos infantil, fundamental e médio, o que representa 32% do total. Em 2007, eram 594 mil.

“Os municípios se preparam para ampliar o número de matrículas para crianças de 4 e 5 anos, que se tornarão obrigatórias em 2016. Isso projeta um cenário de falta de docentes”, afirma o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, que classificou a queda como “preocupante”.

Déficit

Especialistas em ensino alertam que o Brasil já enfrenta um déficit de professores nas redes públicas. “Muitos desses formandos preferem seguir na área acadêmica, ir para colégios particulares ou atuar em outras áreas, onde ganham mais. Eles não vão para as escolas públicas”, diz Mozart Ramos Neves, membro do movimento Todos Pela Educação.

Para reverter o quadro e trazer mais jovens para o magistério, Neves indica três medidas. “Precisa­­mos de um salário inicial atraente para o jovem, ter uma carreira promissora e dar boas condições de formação e de trabalho. Enquanto não houver um pacto nacional pela valorização do professor, não resolveremos o problema.”

A coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Márcia Malavasi, diz que a desvalorização do magistério tem feito muitos docentes abandonarem a carreira e muitos jovens desistirem antes mesmo de entrar na faculdade. “Ao procurar informações sobre a profissão e conversar com quem atua na área, os jovens não têm ouvido boas recomendações e se desmotivam”, afirma a coordenadora.

Para Márcia, os alunos acabam prejudicados por essa situação. “O professor que está em sala deixa claro que não gostaria de estar lá – e mesmo assim o aluno precisa se submeter. Isso cria um ambiente desfavorável ao aprendizado”, afirma. A coordenadora lembra, porém, que existem exceções. “Professores em algumas escolas de grandes centros têm bons salários e se sentem valorizados.”

Plano B

Quem entra no curso de Pedagogia, além do amor pela sala de aula, costuma ter também um plano alternativo de carreira. É o caso de Regiane Ferreira, 22 anos, que cursa o último ano de Pedagogia da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Assim que me formar, vou tentar um mestrado. Quero seguir a carreira acadêmica”, revela. “Vou tentar conciliar a pós-graduação com aulas na rede municipal de Marília, mas, se não der, posso pedir uma bolsa.”

Welington das Neves Moreira, 53 anos, terminou há um semestre o curso de Pedagogia e diz estar animado para tentar um concurso e dar aulas na rede pública de São Paulo. “Sei que não é uma carreira fácil, mas tive boas experiências nos estágios. Se não der certo, continuo tocando.”

A imagem não é da Gazeta, óbvio.
Está aí a preocupação do MEC em fazer propagandas bonitinhas e valorizar (pelo menos no papo) o trabalho do professor. 

Como o MEC gosta de comparar a educação brasileira com a de outros países, selecionei um trecho de uma matéria da Revista Educação, número 151, intitulado "Os segredos da Finlândia" (para ver a matéria completa clique aqui) que relata o que acontece no país escandinavo (percebam que é igual ao Brasil (sic)):

Heljä lembra outro aspecto da profissão docente: os professores são altamente qualificados. Para começar, a concorrência nas universidades de pedagogia é enorme. Dados do Ministério da Educação dão conta de que, na última primavera, havia 6 mil candidatos para 800 vagas. Após ser aceito, o aluno deve completar o mestrado para poder lecionar em qualquer nível educacional. "Nós realmente podemos escolher os melhores", coloca.

Já que o MEC compara, também vou comparar:

O atual ranking da FIFA coloca o Brasil na 4ª posição e a Finlândia em 78º, de 203 países (e todo mundo está triste com o "péssimo" desempenho do futebol brasileiro). 

Já no atual ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) o Brasil (o mesmo lá do futebol) aparece em 53º (de 65 países!!!) e a Finlândia no 3º lugar! Só que ninguém está nem aí, pelo menos estamos na frente da Argentina!  Mas Trinidad e Tobago está na nossa frente. Imagine se a seleção do Brasil perde pra esse país aí?! O último colocado, mas não tão distante, é o Quirguistão.
 (confira a tabela completa aqui.)

* Veja também: Valorização do Professor, Professores são trocados por robôs na Coreia do Sul. 


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