Um pouco mais sobre as usinas nucleares

Produzir energia elétrica é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de qualquer país, contudo, há diferentes formas de produzi-lá. Você sabe como a energia é gerada em uma usina nuclear?

A humanidade utiliza um método básico para produzir eletricidade em grande quantidade: movimentando pás giratórias de uma turbina que, por sua vez, movimenta um dínamo com imãs e fios de metal. Esse método foi descoberto pelo físico e químico Michael Faraday em 1821. Para impulsionar essas pás, precisa-se de uma força que, atualmente, pode ser: a força das águas em movimento (hidrelétricas), a força do vapor d'água (termelétricas) e a força dos ventos (eólicas). Cada uma dessas apresenta vantagens e desvantagens. 

Esquema do funcionamento de um reator nuclear. É no reator
que ocorre a fissão do núcleo do urânio 235.

As usinas nucleares são um tipo de termelétricas, pois utilizam a energia da fissão (quebra do núcleo) do minério urânio 235 para aquecer água e produzir o vapor que gira as pás das turbinas geradoras de eletricidade. Por isso, essas usinas são chamadas também de termonucleares. Para que o urânio produza mais energia é preciso um processo tecnológico sofisticado chamado de enriquecimento.

Hoje, o Brasil domina a tecnologia que transforma o urânio em combustível nuclear, além de ser a sexta maior reserva mundial do minério com apenas 30% do território prospectado. O país possui minério suficiente para abastecer Angra 1, 2 e 3 por pelo menos mais 100 anos. O uso de usinas termonucleares tem sido uma opção em vários países, principalmente nos mais desenvolvidos, como Estados Unidos e países europeus. Atualmente, existem mais de 400 usinas desse tipo funcionando em todo o mundo. 

A energia produzida pelas termonucleares é considerada limpa, pois não libera gases poluentes na atmosfera (desde que funcionando normalmente). Tem potencial de produzir muita energia a partir de pouca matéria-prima e ocupam áreas pequenas (as usinas de Angra 1 e 2, por exemplo, utilizam área de 3,5 km²).  Além disso, podem ser construídas próximas ao centros consumidores, evitando perdas de energia em longas linhas de transmissão. Por outro lado, os pontos negativos nós conhecemos: são os casos de Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e Fukushima (2011).
Para saber mais, assista uma matéria do Fantástico relacionando Fukushima e a Central Nuclear Brasileira, o funcionamento dessas usinas e o problema do lixo radioativo (bem interessante!).

No Brasil, a energia tem as seguintes fontes:

Hidrelétrica: 85,5%

Termelétrica a biomassa: 4,1%

Termelétrica a gás natural: 3,3%

Termelétrica a derivados de petróleo: 2,8%

Termonuclear: 2,5%

Termelétrica a carvão mineral: 1,6%

Eólica: 0,1%

No mundo, a energia provém de:

Termelétrica a carvão mineral: 46,8%

Termelétrica a gás natural: 22,9%

Termonuclear: 17,6%

Termelétrica a derivados de petróleo: 7,7%

Hidrelétrica: 2,6%

Outras: 2,6% 

Fonte: Balanço Energético Brasileiro 2007-EPE/MME 

Fonte
Revista Jovem Informado - Energia: entenda o que é isso. Ed. Horizonte. São Paulo, 2009.