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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Professor é indispensável, mas seu trabalho está longe de ser reconhecido

O jornal O Estado do Paraná on-line, publicou aqui, em junho de 2011, uma matéria interessante sobre a desvalorização salarial dos professores, mas leia na integra abaixo:

"Apesar de ser considerada uma das profissões mais importantes para o desenvolvimento da sociedade, atualmente o trabalho dos professores é muito pouco reconhecido e valorizado. Os motivos para essa inversão de valores teria sua origem na história do Brasil, conforme os próprios docentes avaliam. Para eles, a situação de abandono da categoria em pleno século XXI seria resultado de uma má gestão da educação a partir do início da ditadura militar no Brasil, em 1964. 
“Historicamente, é possível observar o descaso dos governos, que criaram um modelo no qual mantêm o poder pela ignorância do povo porque é muito mais fácil se elegar com uma população carente do que ter que debater propostas em alto nível”, comenta o presidente do Conselho Estadual de Educação do Paraná, Romeu Gomes de Miranda. Para ele, a elite brasileira ainda teria participado desse processo por acreditar que “seria melhor ter muita gente despreparada para pagar baixos salários”. 
A ferramenta utilizada para fazer que a profissão fosse desvalorizada e pouco procurada, segundo ele e outros profissionais da área, seria a redução dos salários, que teve início na época da ditadura e prossegue até os dias de hoje. “Durante esse período, o governo dobrou a jornada dos professores e aumentou o número de alunos em sala de aula, mas os salários ficaram congelados, fazendo com que, com o passar dos anos, os salários se tornassem desinteressantes”, opina a secretária educacional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Janislei Aparecida Albuquerque. 
Para ela, essa atitude pretendia privilegiar as escolas particulares. No entanto, os professores de entidades privadas também sofrem com as medidas tomadas desde aquela época em relação à educação, segundo o presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Paraná, Sérgio Gonçalves Lima. “Infelizmente, a educação está muito mais relegada a um segundo plano do que no tempo em que eu era estudante porque o tempo foi trabalhando contra ela como um todo”, acredita. 
Janislei ainda aponta que com a redução dos salários da categoria, o perfil dos profissionais que seguem a carreira de professor também mudou. “No início da instituição da escola pública, o público da profissão era formado por mulheres ricas, que queriam estudar, mas só eram autorizadas pela família a serem professoras porque a docência era uma extensão do lar e da maternidade. Com essa questão dos salários, algumas classes deixaram de se interessar pela profissão e os professores passaram a ser oriundos das camadas sociais baixas ou médias”. 
A percepção de Janislei é compartilhada por Miranda. “Atualmente, quem busca essa profissão são pessoas que pertencem a um status econômico de classe média baixa e quase 80% delas são oriundas de escola pública”. Ele ainda completa o panorama sobre o perfil dos professores com algumas informações.
“Poucos jovens optam pela carreira docente atualmente, isso faz com que tenhamos um problema seríssimo porque dentro de muito pouco tempo não teremos quem eduque as gerações que estão chegando. Não entram jovens na profissão na mesma proporção dos que saem por aposentadoria porque as condições salariais não os atraem”. De acordo com ele, o piso salarial de R$ 1000 ainda seria muito pouco para uma carga horária de 40 horas semanais."

* Sugestão do Professor Luiz Fernando Wisniewski. 

E você, o que acha? Os professores são realmente desvalorizados ou se fazem de coitadinhos? Deixe sua opinião!   

Vote também, até o dia 13/07/11, na enquete no painel ao lado!  

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